A Sustentabilidade Ambiental foi o tema central das Jornadas que o Grupo Parlamentar do PS/Açores promoveu nos últimos três dias em São Miguel. No encerramento, o líder parlamentar insistiu na necessidade de encarar a sustentabilidade ambiental como um conceito transversal, que está diretamente ligado à criação de emprego e anunciou que os decisores políticos vão ser os primeiros a dar o exemplo.
Francisco César começou porque esclarecer que “a questão da sustentabilidade ambiental é muito mais do que apenas uma questão de ambiente ou de natureza, (…) é algo que está diretamente ligado à identidade da nossa Região, diretamente ligado à criação de emprego na nossa Região, quer em setores tradicionais, quer em setores de ponta” e a título de exemplo, referiu a “dependência” e o “valor acrescentado” que a questão da sustentabilidade ambiental tem para a agricultura, pescas, transporte, energia e turismo nos Açores.
“Sabemos que há muita coisa que está a ser feita ao nível da Assembleia Legislativa e pelo próprio Governo dos Açores”, afirmou Francisco César, destacando o Programa Regional para as Alterações Climáticas, a produção de energias renováveis e o processo de certificação dos Açores como Destino Turístico Sustentável, mas acrescentou “também achamos que temos que ir mais longe e não abdicamos de dar o nosso contributo”.
Francisco César assume como objetivo, “ambicioso”, do Grupo Parlamentar do PS/Açores “contribuir para que a Região Autónoma dos Açores se torne, no curto e no médio prazo, uma Região líder”, em termos da sustentabilidade ambiental e, por via disso, nos setores de ponta e tradicionais, mas também “na criação de emprego – numa criação de emprego que incide particularmente em algo que para nós é uma prioridade a criação de emprego jovem”.
“As mudanças a realizar não podem ser contra ninguém”
Nesse sentido, o Grupo Parlamentar do PS/Açores entregou já na Assembleia Legislativa da Região, três propostas que têm como premissa que “as mudanças que se possam realizar numa sociedade não podem ser realizadas contra ninguém, ou seja, quando se propõe alteração de comportamentos, quando se propõe a entrada de uma nova regra para o funcionamento do mercado, para o funcionamento de uma sociedade isto não deve ser feito contra alguém, deve ser feito em parceria”.
Foi isso que o GPPS fez, por exemplo, em relação à proposta destinada à restauração e à hotelaria que “permite, no espaço de um ano, a eliminação de todo o plástico descartável”, mas que como “poderá trazer encargos” foi importante debatê-la com os representantes dos empresários desses setores.
No caso dos plásticos e do consumo de água, Francisco César defende que “não devemos só impor regras, devemos dar o exemplo”, pelo que a bancada socialista recomenda à Assembleia Legislativa e ao Governo dos Açores “que o consumo de água deixe de ser de água engarrafada e passe a ser feito com água da rede pública, que em 99% dos casos é de excelente qualidade”.
A terceira proposta dos socialistas pretende que o Governo dos Açores “estabeleça um conjunto de medidas que promovam a criação de um programa de eficiência energética na Administração Pública”.